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Aquilino Ribeiro
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Estudou durante vários anos no colégio da Lapa (1895-1900), no Porto, no colégio Rosina, em Lamego (1900-1902) e em Viseu. Em Outubro de 1902, para satisfazer os desejos de sua mãe, entrou no seminário de Beja, de que foi afastado, em 1904, tendo então regressado à Beira, onde passou mais de um ano. Em 1906, foi para Lisboa, escrevendo para o jornal Vanguarda, onde publicou, com José Ferreira da Silva, A Filha do Jardineiro. Tendo-se envolvido em movimentos revolucionários, viu-se obrigado a viver escondido, durante algum tempo, em Lisboa, partindo, em 1908, para Paris. Em 1910, regressou a Portugal, mas nesse mesmo ano voltou para Paris, para estudar na Sorbonne. Em Paris, publicou o seu primeiro livro de contos, Jardim das Tormentas, bem acolhido pela crítica e que, segundo Aquilino, revelava já os seus gostos e tendências sociais e os assuntos que o atraíam e que viria a desenvolver em obras futuras: o homem infeliz, mas também o homem «erguido acima da sua condição por um golpe de sorte ou de vontade», a paixão pela natureza «à maneira dos impressionistas», a inserção do homem no seu meio físico e social. Em 1914, nascido o primeiro filho e declarada a I Guerra Mundial, regressou a Portugal, tendo leccionado durante três anos no liceu Luís de Camões, em Lisboa (1915-1918) e sendo, depois disso, bibliotecário da Biblioteca Nacional. | ||
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Pertenceu à direcção da revista Seara Nova, para cuja fundação contribuiu. Implicado na revolta
gorada contra a ditadura militar (3 de Janeiro de 1927) voltou a Paris, mas,
tendo perdido a mulher, regressou no final desse ano à Beira Alta. Em 1928, envolveu-se numa conjura revolucionária que o levou à prisão. Conseguiu evadir-se, fugindo uma vez mais do país. Em 1929, casou com a filha de Bernardino Machado, igualmente exilado. Nesse mesmo ano, foi julgado e condenado à revelia no tribunal militar de Santa Clara, em Lisboa. No ano seguinte, nasceu o filho do segundo casamento e, em 1932, tendo Aquilino sido amnistiado, a família regressou definitivamente a Portugal, passando a residir na Cruz Quebrada. Em 1934, foi eleito sócio-correspondente da Academia das Ciências de Lisboa e, mais tarde (1958), sócio efectivo. Foi homenageado e condecorado pelo governo brasileiro com a comenda do Cruzeiro do Sul, em 1952, e em 1960 foi proposta, por Francisco Vieira de Almeida, a sua candidatura ao Prémio Nobel da Literatura. |
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Como escritor, foi autor de contos, novelas, romances, estudos etnográficos,
biografias, ensaios, impressões de viagem, literatura infantil e traduções.
As suas obras de ficção inspiraram-se, sobretudo na primeira fase, nos
ambientes da Beira Alta, onde nasceu, recuperando episódios e tipos da sua
infância, sem cair no autobiografismo óbvio. Este mundo rural manifesta-se,
nos textos do autor, pleno de força e desenvolvendo-se frequentemente no
motivo da oposição entre a vitalidade humana, material e livre, e as forças
de opressão, brutalidade e morte. Contemporâneo da geração de Orpheu, não se filiou em qualquer escola literária, e soube captar, de forma instintiva, tanto as forças naturais quanto os ambientes citadinos, dominando quer a vivacidade da linguagem rústica, quer a gíria urbana, numa riqueza lexical sem paralelo na moderna prosa portuguesa. A força anímica e a qualidade artística dos seus textos, fulgurantes na exploração das possibilidades da língua, tornaram-no um dos escritores mais significativos e originais da literatura nacional contemporânea. |
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Das mais de setenta obras escritas pelo autor, destacam-se, para além das já referidas, Jardim das Tormentas (1913), Via Sinuosa, (1918), Terras do Demo (1919), Estrada de Santiago (cujo conto inicial era O Malhadinhas, 1922), Arca de Noé, Terceira Classe (1924, obra de literatura infantil), O Romance da Raposa (1924, também para a infância), Andam Faunos Pelos Bosques (1926), O Homem Que Matou o Diabo (1930), Batalha Sem Fim (1932), Aventura Maravilhosa (1936), Mónica (1939), Volfrâmio (1944), Lápides Partidas (1945), O Malhadinhas (1946), Aldeia (1946), O Arcanjo Negro (1947), Cinco Réis de Gente (1948), Uma Luz ao Longe (1949), Geografia Sentimental (1951), O Homem da Nave (1951), A Casa Grande de Romarigães (1957) e Quando os Lobos Uivam (1958). |
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Onde Nasceu
Aquilino Ribeiro Proposta de Aquilino Ribeiro a Prémio Nobel Carta de V. Nemésio a Aquilino Ribeiro Extratos de Jornais: O Quinteto da Beira Crónica romanceada do Alto Minho Aquilianos reunidos em Viseu Paredes de Coura homenegeia Aquilino Ribeiro Memórias e retratos para Aquilino a várias vozes Espólio de Aquilino fica em Paredes de Coura Aquilino - a escrita em acção Acto comemorativo do 75º aniversário em Vigo Rota dos escritores com Aquilino Aquilino Ribeiro e Romarigães |
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